quinta-feira, 20 de maio de 2010

Olhando o horizonte

Paulo Coelho

Certa manhã, eu caminhava com um amigo argentino pelo deserto do Mojave, quando vimos algo brilhando no horizonte. Embora nosso destino fosse ir até um vale, mudamos nosso caminho para ver o que emitia tal brilho.
Durante quase uma hora, debaixo de um sol cada vez mais forte, nos dirigimos para lá – e só conseguimos descobrir o que era quando chegamos.
Era uma garrafa de cerveja, vazia. Devia estar ali há anos; a areia tinha cristalizado no seu interior.
Como o deserto já estava muito quente aquela hora, decidimos não ir mais até o vale.
Na volta, eu pensava: quantas vezes deixamos de seguir o nosso caminho, atraídos pelo falso brilho do caminho ao lado?
Mas pensava também: se eu não fosse até lá, como ia saber que era apenas um falso brilho?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nunca pensar no outro caminho

Paulo Coelho

“Uma vez que escolhemos um caminho, precisamos esquecer todos os outros”, dizia o mestre aos seus aprendizes.
Lowon, o discípulo que não sabe aprender, escuta com atenção. Na saída da conferência, Lowon é convidado por um grupo de pessoas para realizar uma palestra num bar.
“Recuso qualquer pagamento”, diz Lowon. “Fiz minha escolha, sou um servidor, quero divulgar a palavra da Fé”.
O grupo fica contente, e Lowon dá a palestra. No final, pergunta: “apenas por curiosidade, eu gostaria de saber: quanto dinheiro eu recusei?”
Ao saber do excelente pagamento que lhe seria feito, Lowon sente-se explorado pelo grupo que o convidou, e vai queixar-se com o mestre.
“Quando a gente faz uma escolha, deve sempre esquecer as outras alternativas. O homem que segue um caminho, e fica pensando no que perdeu ao abandonar os outros, nunca chegará a lugar nenhum”, é a resposta do mestre.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

"A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos bolsos." Arthur Schopenhauer